Caminhando pela São Joaquim, na Liberdade, vi o grafite dos OsGêmeos num tapume de obras. Quando parei para observar vi que era um mural, obra de vários artistas. Atrás do tapume, as ruínas de um prédio centenário, o antigo Colégio Campos Sales. Uma placa indicava que ali seria o futuro Museu de Arte Moderna Nipo-Brasileira Manabu Mabe. Adorei a idéia. Como já anoitecia, resolvi voltar outro dia pra fotografar.
Pesquisando um pouco, descobri que o prédio foi tombado e a construção é de 1912, projeto do italiano Giovanni Battista Bianchi (1885-1942). O edifício sofreu um incêndio em 1992 e a escola foi transferida para outro lugar. O projeto do Museu é do Instituto Manabu Mabe.
Além do acervo do Instituto Manabu Mabe, o Museu deverá receber mais cem obras de artistas nipo-brasileiros e brasileiros. O projeto prevê a construção de um centro de pesquisa, biblioteca, salas de aulas e salas de exposições.
Voltei lá. A rua é estreita, com muito movimento de carros, pouco espaço para fotografar o mural. Eu estava nisso quando percebi uma porta aberta. Espiei, não havia ninguém atrás do tapume. Resolvi entrar no edifício. Os trabalhadores estavam no fundo, ninguém se importou comigo. Comecei a fotografar. De repente, em meio às paredes cinza, janelas sem vidros, andaimes, capacetes de proteção, vi o painel de Mabe: absoluta surpresa, pura vibração do azul, pura vibração do vermelho. Click. Mas, antes que eu pudesse subir as escadas e continuar com minha incursão pelo prédio, apareceu o engenheiro: - tem autorização? Não, eu não tinha. Ele me acompanhou até a rua e trancou a porta. Paciência.
Está prevista uma exposição em junho, como parte das comemorações do centenário da migração japonesa. Voltarei. Com certeza serão outros prazeres.
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