quinta-feira, 25 de setembro de 2008

para um poema de reinaldo ferreira


Mínimo sou,
Mas quando ao Nada empresto
A minha elementar realidade,
O Nada é só o resto.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

para um poema de alejandra pizarnik


Y cuando es la noche, siempre,
una tribu de palabras mutiladas
busca asilo em mi garganta,
para que no canten ellos,
los funestos, los dueños del silencio.






terça-feira, 23 de setembro de 2008

fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade

Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram. Então fui penetrando de leve numa região esverdeada em direção a qualquer coisa como uma lembrança depois da qual não haveria depois. Era talvez uma coisa tão antiga e tão humana quanto qualquer outra, mas não tentei defini-la. Deixei que o verde se espalhasse e os olhos quase fechados e os ouvidos separassem do som dos pingos da chuva batendo sobre os telhados de zinco uma voz que crescia numa história contada devagar como se eu ainda fosse menino e ainda houvesse tias solteironas pelos corredores contando histórias em dias de chuva e sonhos fritos em açúcar e canela e manteiga.

fonte: http://caio-fernando-abreu.blogspot.com/

domingo, 21 de setembro de 2008

dia mundial sem carro

22 de setembro é o dia mundial sem carro.

Adote essa idéia.
Deixe o carro em casa.
Participe.
A vida agradece.



terça-feira, 2 de setembro de 2008

meninas no balanço (2)


Ser uma árvore
tranquila e pura
plena de silêncio
ainda que sob os ramos
o pássaro da infância
ressuscite as tardes brancas
a menina e as tranças.

neide archanjo