sexta-feira, 30 de maio de 2008

Limpotus - grafiteiro da Bahia


A princesa dos corações
voa voa alto
distribuindo sabor
amor de rua
amor de lua
viva a rua

Limpotus











quinta-feira, 29 de maio de 2008

grafite é compromisso

Em Salvador, perto da rodoviária, fotografei esse grafite mural. Afirmar é resistir. Resistência negra. Os direitos reivindicados: respeito, inclusão, cotas.

Muito mais freqüente do que em São Paulo, a política está nos muros.

Grafite é compromisso.







quinta-feira, 22 de maio de 2008

maio 1968




40 anos. E meninos continuam a grafitar muros dizendo que os sonhos não envelhecem. Não sei.

Estavam ali, na velha Maria Antonia, celebrando memórias de lutas, representando o embate que ali houvera. Um improvisado cenário de barricadas, sons de tiros e sirenes da polícia na caixa de som, um coro ensaiando o grito de guerra: ABAIXO A DITADURA!

Tive que parar, eu e mais três ou quatro testemunhas da história, empoderados de lembranças, olhos brilhando, juntando-se ao grupo de estudantes, assistindo ao ato da UNE. Não havia uma reivindicação, nenhuma palavra de ordem, uma luta específica. Era simples e tão completamente uma celebração da luta.

Sob uma garoa fina e as primeiras friagens de maio fui embora. A poucas quadras dali, sob o Minhocão, um grafite indagando novamente da História:


Que a chama libertária se mantenha acessa!

E o eterno retorno, o desejo de liberdade!




segunda-feira, 5 de maio de 2008

a casa

Era uma casa muito engraçada
não tinha teto não tinha nada
ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão
ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede
ninguém podia fazer xixi
porque pinico não tinha ali
Era uma casa muito engraçada
não tinha teto não tinha nada
ninguém podia entrar nela não
porque na casa não tinha chão
ninguém podia dormir na rede
porque na casa não tinha parede
ninguém podia fazer xixi
porque pinico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
na Rua dos Bobos número zero