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Impávido como um bom selvagem
Gosto muito do trabalho de Ndrua. Nos seus grafites há um personagem recorrente: um índio-mestiço-caboclo-brasileiro. Quase sempre ele aparece empunhando seu remo e a canoa vai desbravando e revelando as diversas paisagens da cidade.
Fotografei dois desses grafites, duas composições em pontos diferentes da cidade, expressando seus contrastes, polarizando modos de ser e de viver aqui. Um deles decorava uma loja nos jardins, um dos paraísos do consumo sofisticado, luxo do luxo desta cidade. O outro está nos portões de uma cooperativa de catadores, de gente que vive das sobras, dos descartes, do lixo. De permeio, o índio-mestiço-caboclo-brasileiro, figura portadora das muitas fantasias de uma vida em equilíbrio com seu meio, com a natureza. Pura ironia das histórias.
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