terça-feira, 18 de janeiro de 2011

para um poema de fabrício carpinejar (3)



Chega um momento em
que somos aves na noite,

pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo.